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A neurociência da estética

A beleza é subjetiva e ponto final. Quando alguém pergunta o que é belo para você, diversos fatores podem influenciar a resposta, desde padrões construídos socialmente, a circuitos de processamento neural. Sem entrar em discussões profundas acerca da origem da beleza, nem filosofar sobre os padrões construídos pela sociedade, hoje quero falar sobre um conceito da neurociência muito importante para quem cria elementos visuais que são apreciados por milhares de pessoas, sejam eles vídeos, imagens, banners, cartazes ou anúncios. Hoje falaremos sobre a experiência estética.

A experiência estética pode ser definida como aquela que permite ao observador perceber, sentir e experienciar um objeto visual, ativando nossos sentidos, emoções e processos cerebrais relacionados à razão e ao raciocínio lógico. Achou complexa? A gente descomplica =)

Uma das grandes discussões que gira em torno da experiência estética diz respeito ao critério utilizado para determinar se uma imagem ou objeto é esteticamente agradável aos nossos olhos. Consequentemente, o entendimento das vias neuronais que estão por trás da experiência e julgamento estéticos é algo que os neurocientistas buscam para entender melhor como um mesmo objeto pode gerar sensações estéticas tão diferentes entre as pessoas.

Para investigar e entender melhor os fatores que influenciam a experiência estética, pesquisadores da Universidade de Nova York realizaram testes de ressonância magnética funcional (fMRI) enquanto um grupo de voluntários visualizava uma série de pinturas e classificava, em uma escala de 1 a 4, o quanto aquelas imagens “mexiam” com eles, ou seja, o quanto elas geravam uma certa inquietação ou entusiasmo. Após o término do exame, os participantes do estudo tinham ainda que dizer a intensidade de nove possíveis tipos emoções que cada pintura poderia evocar: felicidade, prazer, tristeza, confusão, temor, medo, repugnância, encantamento e grandiosidade.

neuroestetica

Ao analisar os resultados, os cientistas perceberam que:

1. Existem regiões cerebrais que são ativadas de forma diferente, de acordo com a maneira com que os participantes classificavam as obras de arte. Mais especificamente, a atividade de áreas cerebrais mais relacionadas ao processamento de informações provenientes do meio ambiente (ou seja, que chegam através dos cinco sentidos) aumentava quanto maior era a avaliação das pinturas como sendo “tocantes” ou que “mexiam” mais com o indivíduo.

2. Em contrapartida, regiões cerebrais relacionadas com um processamento neuronal mais introspectivo e reflexivo tiveram suas atividades variando de acordo com a intensidade e tipo de emoção interna gerada pela obra de arte.

Esses resultados nos mostram que a experiência estética envolve a integração de uma rede de regiões cerebrais que controlam respostas exteriorizantes (sensoriais) e interiorizantes (emocionais). A forma como essa integração acontece depende muito do grau de relevância do estímulo, e varia muito de acordo com as experiências pelas quais passamos em nossas vidas.

As pesquisas neurocientíficas dentro deste tema criaram uma nova área do conhecimento, também conhecida como neuroestética, que busca entender quais são as redes neuronais envolvidas durante a experiência estética, possibilitando conhecer, diferenciar e modular os tipos de sensações que procuramos elicitar quando criamos um trabalho visual.

Você conhece algum estudo ou case de neuroestética? Conte para a gente!

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