A história da evolução humana, principalmente em termos de sociedade, é repleta de transformações e revoluções que alteraram profundamente a maneira como nós nos relacionamos uns com os outros. Essas transformações nos trouxeram para o que hoje chamamos de a era de ouro da neurociência. Pensando nisso, vou te contar um pouco sobre como foi esse caminho.
Tudo começou na famosa revolução industrial, que por si só redefiniu completamente a maneira como o ser humano encara o consumo e o trabalho. O crescimento da capacidade produtiva e o aumento de desejo de consumo desencadeou uma verdadeira revolução na maneira como nos comunicamos e como encaramos as barreiras físicas no mundo, a revolução tecnológica.
Com tecnologias, devices, o advento da internet, a comunicação via satélites e produção de circuitos cada vez menores para computadores e celulares, a revolução tecnológica possibilitou que o ser humano se relacionasse em escala global. Todas essas novas possibilidades mudaram, e seguem mudando, a maneira como nos relacionamos, como consumimos e como nos expressamos. Esse contexto desperta a necessidade de entender cada vez melhor o ser humano, seu comportamento e sua mente.
Foi muito natural quando a tecnologia e a ciência médica se uniram e evoluíram juntas também. Não à toa, temos em seguida grandes transformações biotecnológicas e nanotecnológicas, que muito além de alterar a maneira como construímos hábitos, como nos comunicamos e consumimos, alterou principalmente nossa capacidade de sermos bem-sucedidos como espécie.
E é aí que entra a Neurociência!
É justamente em função de como as grandes transformações tecnológicas se aliaram aos avanços biomédicos que hoje temos metodologias, equipamentos e entendimento para alcançar conhecimentos sobre o ser humano que até então eram impossíveis de se adquirir.
O advento das técnicas de EEG e fMRI, por exemplo, permitiram que o estudo sobre o cérebro trouxesse conhecimentos sobre como funciona nossa memória, como aprendemos coisas novas, como funciona nosso processamento atencional, dentre muitas outras coisas!
Todo esse conhecimento nos muniu de ferramentas não só para entender os fenômenos básicos do cérebro, como também nos permitiu traçar diversas relações entre os fenômenos que se passam dentro de nossas cabeças e nossos comportamentos. Tudo isso possibilitou o mais incrível de toda esta história: o desdobramento da neurociência em diferentes áreas do conhecimento, como a Neurociência do Consumo (nossa especialidade), NeuroEconomia, Neurociência Organizacional, dentre outras várias.
Vivemos a era de ouro da neurociência não só porque ela vem crescendo no mercado e porque produz técnicas cada vez mais refinadas; vivemos nesta era porque entendemos que as repostas que procuramos para entender porque somos como somos, ou porque temos determinados comportamentos, está exatamente dentro de nós: em nossos cérebros e mentes.
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