Quando a comida é servida em pratos descartáveis ela tem o mesmo gosto da comida que é servida em uma porcelana super bonita? E aquela água mineral que não conseguimos segurar direito porque a garrafa é pouco rígida, seu gosto seria diferente caso a embalagem fosse um pouco mais consistente? Através de diversos estudos, pesquisadores de neurociência descobriram que muitas vezes o consumidor julga uma bebida de acordo com o material de sua embalagem. Especificamente, a firmeza de um copo parece ter um grande impacto na avaliação da bebida que está em seu interior.
De acordo com um estudo publicado no Journal of Consumer Research, as características táteis de uma embalagem ou de um copo influenciam a avaliação do produto, no entanto, nem todo mundo tem a mesma sensibilidade ao toque.
Antes de iniciar o estudo, os pesquisadores realizaram um pré-teste e dividiram os participantes em dois grupos. No primeiro grupo ficaram aqueles participantes que gostavam de tocar em tudo o que encontravam pela frente. Já no segundo grupo, ficaram os participantes que apresentavam uma menor tendência de mexer nos produtos antes de decidir quais comprariam.
Após esse pré-teste, os participantes passaram por várias situações de pesquisa, sempre divididas em duas etapas: (I) avaliação cega, ou seja, sem ver os produtos e embalagens que estavam testando e (II) experimentando e vendo os produtos ao mesmo tempo.
Os resultados mostraram que que as características táteis de um produto podem ter uma grande influência sobre o seu julgamento, principalmente quando os estudos são conduzidos de maneira cega. O curioso foi que os pesquisadores descobriram que os indivíduos que gostavam mais de tocar nos produtos foram menos influenciados pelo toque, durante a avaliação de sabor das bebidas.
Durante a avaliação de uma mesma água mineral, que foi apresentada em uma embalagem mais rígida e em uma embalagem um pouco mais fina, os resultados observados para os dois grupos foram significativamente diferentes. Assim como a disposição para pagar mais por uma bebida que havia sido entregue aos participantes em dois tipos de copos, sendo um mais firme e o outro um pouco mais maleável.
Os pesquisadores explicam que esses indivíduos que gostam mais de tocar nos produtos são influenciados por uma sensação de prazer maior ao toque, mas eles são mais conscientes do efeito que o tato pode ter sobre o julgamento de um produto. Como resultado, eles são mais capazes de ajustar o seu julgamento, impedindo que a sensação do tato se sobreponha à sensação que está sendo avaliada.
Quer saber mais? Você pode acessar o artigo na íntegra no site do Journal of Consumer Behaviour